Minas Gerais registra quarta menor taxa de inadimplência de aluguel.

A taxa de inadimplência de aluguel em Minas Gerais fechou dezembro de 2024 a 2,6%, a quarta mais baixa do Brasil. Conforme o Índice de Inadimplência Locatícia da Superlógica, o indicador do Estado subiu 0,2 ponto percentual (p.p.) na comparação com o registrado em novembro do mesmo ano (2,4%).

O diretor de negócios para imobiliárias da Superlógica, Manoel Neto, explica que existem diversos fatores que podem influenciar na inadimplência de aluguel como a taxa de juros, a inflação, a alta do dólar e, até mesmo, a falta de organização financeira das famílias. Também há questões macroeconômicas, como a taxa de emprego e o Produto Interno Bruto (PIB) da região.

“Além disso, em um ano marcado pelo crescimento das apostas esportivas e jogos on-line, as famosas Bets, o impacto nas finanças dos brasileiros foi considerável”, pontua.

Neto avalia que o avanço observado em Minas na comparação entre os meses de novembro e dezembro de 2024 foi discreto, se mantendo abaixo da média nacional (3,46%). “A taxa de inadimplência em Minas Gerais está entre as mais baixas do País, mas não deixa de ser um alerta para o Estado”, ressalta.

No geral, o especialista considera que o mercado de locação foi bastante resiliente em 2024. Ele ressalta que o setor se manteve estável mesmo com o Brasil enfrentando situações de calamidade em outras regiões, como as enchentes no Rio Grande do Sul e as queimadas na região Centro-Oeste.

O levantamento realizado pela Superlógica aponta que a Paraíba (15,77%), a exemplo do que ocorreu em outubro e novembro, registrou a maior taxa do indicador no mês de dezembro. Outro destaque foi o estado do Amazonas, com uma variação positiva de 12,5%. Em seguida, aparecem: Pará (8,99%), Rondônia (8,18%) e Acre (6,26%).

Por outro lado, o ranking dos estados brasileiros com as menores taxas de inadimplência de aluguel é liderado por Santa Catarina, com alta de 1,97%. Os estados do Espírito Santo e Amapá aparecem em seguida, com 2,01% e 2,44%, respectivamente.

Os dez estados com as menores taxas de inadimplência locatícia do Brasil:
Santa Catarina (1,97%);
Espírito Santo (2,01%);
Amapá (2,44%);
Minas Gerais (2,6%);
Rio Grande do Sul (2,72%);
Rondônia (2,72%);
Sergipe (2,99%);
São Paulo (3,15%);
Paraná (3,32%);
Rio Grande do Norte (3,4%).

Entre as regiões do Brasil, o Norte foi o que apresentou a maior taxa de inadimplência do período, com 7,05%, seguido pelo Nordeste (5,02%). Já a região Sul (2,73%) teve a menor taxa do País, seguido pelo Sudeste (3,13%) e pela região Centro-Oeste (3,67%).

Taxa de inadimplência por faixa de preço e tipo de imóvel
O estudo também demonstra que a maior taxa de inadimplência foi registrada entre os imóveis residenciais com aluguel na faixa de até R$ 1 mil, com 5,43% no indicador. Outro destaque foi o grupo de imóveis com aluguéis acima de R$ 13 mil, com uma taxa de 5,19% em dezembro.

A faixa de até R$ 1 mil também lidera a lista entre os imóveis comerciais, com 6,75% de taxa de inadimplência. Já aqueles com valor do aluguel entre R$ 1 mil e R$ 2 mil apresentaram a menor taxa do índice, com apenas 3,85%.

Em relação ao tipo de imóvel, a taxa de inadimplência de apartamentos subiu de 2,22%, em novembro, para 2,36%, em dezembro; enquanto a taxa de casas passou de 3,54% para 3,85% no período. Os imóveis comerciais tiveram 4,49% de inadimplência, 0,35 ponto percentual acima do observado em novembro (4,14%).

O diretor de negócios para imobiliárias da Superlógica lembra que o aluguel dificilmente é o primeiro gasto a ser cortado pelas pessoas, uma vez que a moradia é uma necessidade básica. “A taxa de inadimplência está diretamente relacionada aos fatores macroeconômicos da região, como taxa de emprego e PIB, além de ser um forte alerta para a situação econômica da população na região”, afirma.

Fonte: 04 de fevereiro de 2025 • 14:47 - Leonardo Leão
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